Essa semana, uma crise política estourou aqui no Canadá. É algo que, provavelmente, ainda não está sendo noticiado pela imprensa brasileira.

Essa crise deve estar cozinhando há algum tempo já. Logo depois que chegamos aqui, em Setembro, houve eleições federais. Os canadenses tiveram mais uma chance de escolher os políticos que iriam representá-los no congresso. Porém na época, muitos deles estavam se queixando do fato de terem que fazer isso pela terceira vez em quatro anos. O primeiro-ministro  canadense Stephen Harper dissolveu o congresso e convocou eleições 3 vezes em quatro anos.

Ao longo da história canadense, os primeiros-ministros normalmente convocam uma única eleição a cada 4 anos.

Aparentemente, o motivo das 3 eleições foi o mesmo: o primeiro-ministro Stephen Harper tentou obter a maioria no congresso, nas 3 tentativas ele venceu as eleições porém o seu partido sozinho era menor que a soma dos outros partidos no congresso.

Pelo que eu entendi até agora, assume a cadeira de primeiro-minitro, o líder do partido com maior número cadeiras no congresso.

Nessa semana, todos os outros partidos resolveram se unir e montar uma coalisão. Juntos, eles formariam a maioria no congresso. Nessa situação, quem assumiria a cadeira de primeiro-ministro seria o líder dessa coalisão.

Pelo andar da carruagem, o atual líder do partido Liberal, Stephane Dion, seria o líder dessa coalisão.

A crise começa nesse ponto:se essa coalisão realmente se formar Dion assumiria a cadeira de primeiro-ministro mesmo tendo perdido as últimas eleições. E o pior, um dos partidos que forma a coalisão é o Bloc Québécois, que é assumidamente separatista.

Harper e seus colegas dos partido Conservador estão considerando essa atitude como anti-democrática. Mesmo agindo dentro da lei, a coalisão está tentando tomar o poder à força sem consultar a população.

A crise está tão feia, que a governadora-geral, Michaële Jean, foi chamada para resolver o impasse. 

A governadora-geral é a escolhida pela rainha Elizabeth II para representá-la aqui no Canadá. Assim como a rainha, o poder dela é figurativo. Na grande maioria das vezes, ela é apenas uma líder moral, agindo mais como uma conselheira do que como uma monarca. Porém, constitucionalmente ela tem o poder de intervir nessas situações complicadas. 

A cada momento que eu entro no site da CBC News, tem uma novidade.  Vamos ver o que vai acontecer...  :-\

Se o assunto interessar, posso fazer um outro post sobre o sistema de governo canadense. Mandem comentários.